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quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Impotências

Quando vi o médico sair da sala do exame, temi as notícias. É incrível como, perante tão grandes emoções nos apercebemos tão fácil e rapidamente da nossa pequenez. Impotência.
Senti-a chorar, asssustada. Eu, preocupada, não podia fazer nada senão esperar que acordasse efectivamente. Os gritos. O choro. O gemido. As lágrimas. Tudo me fez crer o quanto sou pequena, mesmo para parar o sofrimento de uma pessoa da qual tanto gosto.
A espera pelo fim da anestesia foi longa e demasiado silenciosa. Chorei no corredor, nas escadas, num abraço ao meu pai, sentada na cadeira do quarto, encostada à Zoca enquanto subíamos as escadas. Sofri. Passou. Felizmente tudo correu bem. A minha Mi já está em casa. Não quero é usar a expressão "Pronta para outra!". Não a desejo mesmo. Causa-me repulsa.
Deixei-a quase em casa e dei comigo a fazer uma surpresa. Carro. Uma hora e meia. Comboio. Uma hora. Taxi. 15 minutos. A pé. 25.
A esperar não desesperei. Afinal, quem corre por gosto não cansa e decidi, apesar das oposições, vir despedir-me dele ao aeroporto.
Partiu para Paris cerca das 7e40 da manhã. Levou uma mala muito bem feita, uma mochila a abarrotar, um coração cheio de expectativas, ainda que visivelmente apertadinho pelo medo.
Vi-o sem pestanejar.
Estás em Paris e eu em Lisboa. Foste há cerca de doze horas e desejo que voltes a cada momento. Espero sinceramente que passe depressa.
Check-in, portas 21-23; embarque, porta 16. Excitação, medo, ansiedade, expectativa. Tudo aquilo que vi nos teus olhos deve ter-se reflectido também nos meus. Afinal partilhamos os mesmos anseios já lá vai muito tempo.
Estou a sofrer. Telefonaste desiludido. Triste. Não quero confessar que tinha pensado nisso. Afinal, quero que tenhas em mim uma fonte de confiança e de optimismo. Mas sofro, porque a distância acentua todos os medos que temos em comum. E daqui, não posso abraçar-te como faço sempre que te sinto triste, nervoso, angustiado. Ou simplesmente quando me apetece.
Não gostas da residência. Queria dizer-te que não é o fim do mundo. Que tens de ser forte. Que daqui a uns dias nem vais lembrar-te. Com isto não quero que sintas que não dou importância ao que sentes. Gostava que me sentisses sempre ao teu lado. Foi isso que te quis transmitir, sempre. Podes contar sempre comigo. Não reclamo para mim compreensão, calor, arrependimento. Quero que saibas que estou aí. Não aqui como de costume, mas aí, contigo. Sofro por não poder ligar, mandar mensagem, falar contigo na Internet nem poder ver-te. Sei que não sou a única. Por isso te digo aqui lindo...porque as alternativas que tenho são poucas e a única esperança que me resta é que te lembres de ler o meu blog. Neste momento é o máximo que posso fazer. Quero falar contigo, quero sentir em ti que acreditas que amanhã, no segundo dia, vai de certeza ser melhor. Anima-te... não te deixes ir abaixo. Sei que precisas...eu estou aqui. Não tenhas medo.

(Desculpa ter exposto tudo isto a quem quiser ler mas não aguentava mais. Beijo só para ti* DTDQSPT). Volta depressa.

1 comentário:

Tegui disse...

Oh lindinha... O q se passa com a tua mana? Não sei que t diga... Sabes q s precisares d qq coisa q seja, eu tou aki p ti cm tu smp tivest pa tds... Um bjo enorme pa ti e pá Maria... Entretanto... "Carinhas Lindas", tá? =)