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segunda-feira, março 21, 2011

da história dos heróis

Lembrei-me, a propósito dos heróis. Ele chamava-lhe Pequenina. Não era um nome inventado naqueles carinhos de namorados, nem um 'petit nom' dos apaixonados. Chamava-lhe Pequenina porque quando ele a conheceu - nunca contaram como foi - ela já era conhecida assim. Era a mais nova de três, a Pequenina. Cabelo louro, quase branco. Era branco, naquela altura. Não há lembranças do que foi o dia em que ele soube que ela estava doente. Não se sabe se chorou. Talvez não, que a emotividade subiu-lhe à cabeça só depois de ela ir. Ou talvez sim, que sempre foi um homem sentimental. Mais do que ela, pelo menos aparentemente. Ela, sim, a Pequenina, era o centro. Verificou-se mais tarde, ser o centro da vida dele. Tão dedicado ao trabalho, tão fiel aos amigos. Tão apaixonado que se deixou ir por ela. Naquele dia em que eles souberam que ela estava doente, não se sabe se chorou. Sabe-se que ela não reagiu bem, que as coisas se complicaram. Calcula-se que o coração dele, sempre frágil, começou a bater mais depressa na esperança de ser tudo mentira. Olhou-a como da primeira vez - não se sabe como nem quando nem onde - e sentiu que se dependesse dele as coisas nem sequer tinham acontecido. E naquele instante, no momento em que a Pequenina foi, ele foi com ela. Fez-se ela. Seu herói.
Lembrei-me (lembraste-me). A propósito dos heróis. Sei que, por mais que o tempo passe e que as coisas mudem, heróis são sempre heróis. Nunca (se) perdem.

quinta-feira, março 17, 2011

do amor.