Miam, a espia
Ilustrar a realidade com palavras...
sábado, julho 27, 2013
Petit, Ester e Jú
quarta-feira, janeiro 30, 2013
doze
quinta-feira, janeiro 17, 2013
terça-feira, outubro 09, 2012
Casa
sexta-feira, setembro 21, 2012
Não deites fora o que te faz feliz
sábado, maio 19, 2012
a tua casa
sexta-feira, março 09, 2012
sábado, fevereiro 18, 2012
apresentações
isto está uma confusão mas quando se entra no quarto quente da maternidade, nem se nota, confesso. cheiras tão bem que o perfume do teu cabelo supera todos os aromas de flores, sejam elas quais sejam. é fácil gostar de ti: és tão pequenina como linda, mal choras, comes a horas certas, gostas de tomar banho na água morna naquela banheira de plástico estrategicamente colocada no meio do quarto, és leve como uma pluma, tens um mundo inteiro à tua frente, tens a atenção de toda a gente, tens uma vida inteira para viver. e, no entanto, o mundo gira à tua volta, as visitas não deixam descansar a tua mãe, os colos disputam-te pelo desejo de pegar-te mais um pouco, de sentir este pedaço-de-gente-que-é-o-sinal-mais-real-de-que-a-vida-está-sempre-a-renovar-se.
és isso mesmo: vida. és energia, és esperança, és amor, és ternura, és um ratinho pequeno que se acomoda nos braços das avós e das primas e das tias todas e faz com que se pense que as coisas todas são poucas para descrever a novidade de te ter ao pé de nós.
o tempo anda muito rápido mas a agenda tem sempre vaga para ti, francisca. e vai ser difícil explicar à troika que os cueirinhos têm tecidos macios, bordados e folhos que podem ajudar a esquecer a crise. vai ser complicado olhar-te para os olhos e disfarçar a surpresa de serem de uma cor que não tem nome e de uma curiosidade que mete inveja aos olhares cansados de todos os dias, que lutam contra a velocidade das horas dos dias que passam e que procuram descanso numa almofada com a fronha lavada, ao fim do dia. vai ser difícil explicar-te que às vezes, o dia-a-dia nos cega tanto que não conseguimos ver o que é importante, que nem sempre - por mais que queiramos - conseguimos aquilo que queremos. vai ser desafiante ensinar-te que as cores e os cheiros e as pessoas fazem parte do mundo que nos rodeia, e que a eterna magia das coisas é olhar sempre para elas como tu olhas para nós. como se não as conhecêssemos.
não sei como, mas sustenho a respiração para não te acordar. não quero adiantar-me. vou acompanhar-te por aí.
sexta-feira, fevereiro 03, 2012
anda comigo ao fim do mundo com bons ares.
Não sei por que te conto estas coisas, que sei que não vais perceber se não fores lá também. O fim do mundo tem coisas assim: deixa-nos a pensar que pode ser onde nós quisermos.
terça-feira, janeiro 24, 2012
quinta-feira, outubro 27, 2011
Disciplina
quinta-feira, outubro 06, 2011
do génio e do trabalho.
"Para ser grande, sê inteiro: nada/Teu exagera ou exclui./Sê todo em cada coisa. Põe quanto és/No mínimo que fazes./Assim em cada lago a lua toda/Brilha, porque alta vive.", Ricardo Reis.
quarta-feira, setembro 21, 2011
calor.
segunda-feira, julho 11, 2011
sim, marca.
quarta-feira, junho 01, 2011
é dia um
quinta-feira, maio 12, 2011
segunda-feira, março 21, 2011
da história dos heróis
quinta-feira, março 17, 2011
domingo, janeiro 23, 2011
ressaca.
terça-feira, janeiro 18, 2011
sexta-feira, janeiro 14, 2011
26.
Acordei um tanto ou quanto entupida. Dores de garganta. Sem febre. Tomei banho rápido. Vesti as calças de cabedal. E umas sapatilhas novas, prenda de aniversário. Lisboa está com nevoeiro cerrado hoje. Vim a pé para uma nova rotina que teima em não se me entranhar na pele. É defeito ou feitio? Não sei. Sei que hoje são 26 dias 14 de Janeiro. Contei-os eu.
domingo, janeiro 09, 2011
dum instante.
Ouvia-se um grito no quarto take daquele vídeo de porque-é-que-eu-quero ser jornalista, que inevitavelmente saltou ao ouvido dos entrevistadores. Essa foi a primeira vez que alguém de lá me viu corar. Depois, da vez em que escrevi aquela reportagem sobre o Parque dos Poetas. "Mas qual foi a tua ideia de ires para um sítio daqueles com uma ventania assim? Achavas que conseguias uma história, era?". Sim. Acredito que as boas estórias podem estar em qualquer sítio, ao virar de uma esquina, em cima de uma mesa, no meio de papéis perdidos. Já acreditava nisso e aprendi-o, ainda mais, aí. Contigo. Ensinaste-me que nem sempre as coisas são como nós queremos e que os sonhos podem cumprir-se todos os dias, como uma rotina das boas. Fizeste-me corar com elogios que eu não merecia assim tanto. E fizeste-me chorar lágrimas de quem tem mãos e pés atados frente a um grande amor perante uma qualquer imposição. Viajei contigo e através de ti, dediquei-te horas a fio do meu tempo - que depressa passou a ser nosso tempo -, escrevi caracteres que nunca pensei sobre assuntos que nunca imaginei. Contactei pessoas que são estórias nelas mesmas, conheci gente interessante, escrevi histórias boas de escrever e dei graças por isso, sabendo muito bem o que era sentir que se tem a melhor profissão do mundo. Trabalhei com as melhores pessoas do mundo: as mais sorridentes, as mais empenhadas, as mais amorosas, as com melhor memória, as que fazem as melhores perguntas e as que escrevem melhor. E fiz amigos, tantos que não podem contar-se pelos dedos das mãos. Decorei números de telefone, tentei contactar presidentes importantes e consegui falar com alguns dos mais importantes protagonistas do mundo. Fiz-me tremer com a importância das coisas. Escrevi sobre a Casa Pia, sobre a mina de San José e sobre a ModaLisboa. Fotografei o Obama, observei de perto o Karzai e quase perguntei uma ou duas coisas ao Zapatero. Quis conhecer o Assange. Fiz perguntas e cansei-me de perguntar. E fiz tanta coisa. Coisas que parecem demasiadas para tão pouco tempo. Fiquei sem voz e atordoada. Falhei horas de sono sem sacrifício e sacrifiquei almoços e jantares por horas de trabalho. Fui tão mas tão feliz contigo que não sei o que te dizer. Assim, num intante, já disse tudo. Fiz de ti a minha vida.
sexta-feira, dezembro 17, 2010
domingo, novembro 28, 2010
D'ele
sexta-feira, novembro 26, 2010
quinta-feira, novembro 25, 2010
oito e oito
quinta-feira, novembro 18, 2010
1/52
Eu gosto muito de ler, e quando vivia na Alameda ia de autocarro para Campo de Ourique para lá, normalmente entretido a ouvir um livro. Quando dava por mim, tinha passado a paragem e já estava em Chelas. Perdi-me vezes sem conta no percurso casa-trabalho, apesar de saber de cor o caminho para o número 95 da rua Francisco Metrass, no bairro de Campo de Ourique em Lisboa. Entre 30 a 40 mil pessoas com deficiência visual procuram, por ano, a nossa ajuda. Reparamos as bengalas de cegos e amblíopes. E temos a maior biblioteca de braille do país. Temos livros portugueses e estrangeiros, e qualquer pessoa, mesmo que não seja associada, pode visitar-nos. São mais de 40 mil, entre obras em papel e em formato digital. Os livros ajudam a passar o tempo. O que é que as pessoas cegas fazem enquanto estão em casa? Ora, esperam muitas vezes o dia inteiro pela família. E tanta coisa podiam fazer. Sentir-se-iam úteis e seriam o orgulho da família. Porque eu sinto o orgulho dos meus filhos quando lêem as conquistas da associação, as minhas conquistas no jornal. Quando os meus filhos metem a chave à porta eu sei exactamente como eles vêm, como eles estão. Vejo pelo modo como eles põem a chave na porta. Vejo pelo tom de voz. Vejo pela maneira de andar, pelos passos. Eu não preciso que eles falem.
Este texto faz parte de 52 histórias do livro/agenda perpétua da ACEP e foi escrito a partir de uma conversa com Vítor Graça, da Associação Promotora do Ensino para Cegos (APEC). As histórias, contadas - e bem contadas - por mais 51 jornalistas e outros tantos fotógrafos, estão à venda online. Para serem partilhadas, como todas as boas histórias merecem.
terça-feira, novembro 16, 2010
¡Hola!
quarta-feira, outubro 13, 2010
Chi-chi-chi. Le-le-le. Chile!
(mas que privilégio, às vezes, ser jornalista. E poder contar as boas histórias)