A minha cumplicidade com Madrid, foi-se construindo como se de um amigo se tratasse. Madrid cativou-me, com toda a agitação, o bulício, a animação, a variedade característica de toda a cidade grande que se preze. E porque tudo tem o preto e o branco, o quente e o frio, o yin e o yang. Madrid também me cativou pela eterna, calma, e tranquila descoberta que foi o tempo em que lá estive. Fui reviver Madrid faz agora uma semana. Madrid não será a mesma, de cada vez que lá vá. Mas rever e reviver um amigo de sempre, é sempre esta dualidade. De quem se conhece, mas de quem deixa sempre alguma margem para se conhecer melhor. Como os amigos, nem tudo se desvenda, não vá a evidência corroer a saudade e matar o desejo de rever.
sábado, março 22, 2008
Segredo de amigos
Mas voltar a percorrer ruas, a reviver o que se passou, a comer petiscos já experimentados e voltar a estar com pessoas que viveram connosco esse dia-a-dia longínquo, é como rever um amigo que há muito não víamos, e reconhecê-lo. E (Re)conhecê-lo. É um reabituar àquilo que somos com ele, àquilo que ele é connosco. E àquilo que somos quando estamos juntos.
A dualidade do sentimento faz-me desejar reconstruir o momento da minha partida, há pouco mais de um ano. Mas não. Vou guardar aquela manhã de Fevereiro só para mim. Parece que tudo permanece intacto na minha cabeça e no meu coração. Tal e qual um segredo de amigos. Madrid e Eu.
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