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quarta-feira, dezembro 31, 2008

Ano 'incubadora'


Era habitual, quase no final de cada ano, fazer um 'balanço' mental daquilo que se passou. Relembrou acontecimentos, pessoas, marcos, situações. No mundo muita coisa aconteceu. Poderia fazer uma enumeração de muitos dos acontecimentos marcantes de 2008: explodiu a crise económica mundial, Obama ganhou as eleições nos EUA, Zapatero renovou mandato em Espanha, Fidel Castro delegou poderes no irmão, Ingrid Betancourt foi libertada após 6 anos de cativeiro, o Kosovo foi proclamado independente, Barajas sofreu o maior acidente aéreo dos últimos 30 anos, morreu Paul Newman, Yves Saint-Laurent, Sydney Pollack, Manuel de Oliveira comemorou 100 anos, a Irlanda votou contra o Tratado de Lisboa. Houve o casamento do século. Podia escrever muito mais linhas sobre o assunto, sobre como o ano se passou veloz e assustadoramente automático.
Dois mil e oito - concordou há pouco tempo - não foi grande ano. Pessoalmente, pareceu-lhe óbvio que não aconteceu nada de especial e especialmente marcante. Mas já na altura teve a sensação de que, se em duas semanas o 'valor' do ano mudasse, 2008 seria apenas e só, um 'ano incubadora': 365 dias que só por si não decidiram nada, mas que foram decisivos para outra coisa maior.
De repente, sem mais nem menos, 2008 transformou-se num ano profeta. Um ano que anunciou mudanças incríveis, que trouxe um bafo quente ao frio da manhã e que guardou o melhor para o fim. Pôs-se a pensar nos desejos das 12 passas de há um ano. Na partilha de um beijo. Nos abraços. Reviu as lágrimas do ano, os sorrisos, as gargalhadas. Reviu um fim de contrato, um estágio simultâneo, artigos, telefonemas, noites mal dormidas, semanas sem fôlego, recibos verdes, dois contratos. Festas, jantares, despedidas, regressos, ansiedades. Reviu orgulhos, palavras lindas, feias e assim-assim. Escaparam coisas - certamente. Mas é preciso - também - que faltem: só assim 2009 passará da teoria à prática e fará sentido. E um ano novo - é sempre qualquer coisa de encantador. Este - 2009 - promete!

segunda-feira, dezembro 29, 2008

Where trouble melts like lemon drops

É a tua carinha. Não há que enganar. Quero-te com força a assinar um sonho. Parabéns. É o nosso sonho. Espera. Só me apetecia chorar e agora só me apetece...Toca, Toca. Grande prenda de Natal. Foi a melhor notícia do ano. Que bom! Estou orgulhoso. Vês? Quero partilhar contigo, porque sempre foste a primeira a saber. És a maior, miúda! É uma caixa cheia de sonhos. Uma boa notícia. Morri na praia e renasci. É um tropeção. Um sonho que vale a pena.Cada dia. Melodia para olhos, ouvidos, corpo e alma. Para todo o ano. Obrigada!

domingo, dezembro 28, 2008

Sobre o abraço

Olhei-te nos olhos e perguntei-te porque é que não gostavas de ficar sujeita a mim, de estares ao meu total e bel-prazer, por que não querias ser minha e estar sobre as minhas ordens. Olhaste-me profundamente e respondeste de cor, como sempre fazes. Parece que tens sempre, sempre, uma resposta na ponta de língua. Mas isso não é mais do que aquilo que te peço. Que me respondas. Disseste-me aquilo que sentias. Que queres perder-te em mim. Só que eu não deixo.

Frágil

Sentia a fragilidade humana, e não conseguia com a cabeça. Estava pesada como nunca, e possuída por uma dor miudinha que até então desconhecia. Encostada ao sofá, sentia espasmos de tempos a tempos. Então o corpo entrava em dormência, como se o tempo parasse por instantes e voltasse a acordar com um novo movimento desritmado, incontrolável. Não conseguia agir, reagir, sequer pensar. Sentia a cabeça pesada e sem controlo, sem rumo. Doía-lhe a alma, o corpo. As articulações. Tentou levantar-se mas a dor empurrou-a, projectou-a novamente. Sentiu o coração tremer, parar, e retomar o batimento. Enroscou-se mas as mãos gelaram num mero instante, não conseguia articular uma palavra, pedir encosto, gritar por ajuda. Da boca, apenas ar, e já isso - percebia agora - era quase um milagre. Deu-se conta de que o seu corpo estava coberto de feridas, de crostas, de buracos por cicatrizar. Lembrou-se das quedas em tantos dias que não conseguia recordar exactamente quantos. Quedas sucessivas que impediam a cicatrização das feridas, quedas que a certa altura impediram que se levantasse e retomasse a marcha. Agora, prostrada, frágil, dormente, dorida, sentiu que por mais que tentasse, que quisesse, que insistisse, nunca poderia voltar a levantar-se sozinha.

terça-feira, dezembro 23, 2008

É Natal



Porque o Natal é para ser vivido com companhia, preparámos uma mensagem à nossa medida!

Feliz Natal!

domingo, dezembro 21, 2008

Sob o signo da cumplicidade

Houve um dia em que me pegaste na mão e as coisas mudaram. Correste para mim sem pensar na queda que poderias dar. Era apenas uma grande mistura de sensações, uma caixa de novidades, uma partilha de coisas que só nós sabíamos. Partilhamos muita coisa ultimamente e é difícil não ficarmos indiferentes à vida uma da outra. Foi bom ver o teu entusiasmo no momento em que me abraçaste. E ver-nos ali, despojadas, um todo de entusiasmo, um todo de emoção e lágrimas em coro. Foi bom ter-te ali e não ser preciso explicar-te o que se passava para saberes o que aquele dia significou para mim. Nunca to poderia explicar tão bem, por muitas palavras lindas que escreva, por muitos poemas que adapte. É uma questão de cumplicidade. E isso constrói-se dia-a-dia. Tenho a certeza.

Life changes

Espero que o telefone toque e acalme o estômago. Ansiosa, espero um sinal que me leve a crer em mim, mais do que nunca. É de um sonho que se trata. E mais do que tudo, de um caminho percorrido, de esforço, de empenho, de dedicação. Falo de vida. Da minha. E de repente, tudo deixa de fazer sentido. O telefone que não toca, um, dois dias. E a resposta que não chega (que já por si, é uma resposta). E fico assim, sem graça, quando perguntam se há novidades. Num minuto destrói-se um mundo, como um náufrago que morre na praia, pouco antes de se sentir salvo. É perda, é frustração, é tristeza, é impotência. Lágrimas que correm pela cara, pequenas mas cheias, convencidas de que o caminho não acabou mas que a trilha se desvanece. Há palavras de conforto dos que acreditam que há trilha por percorrer, e que há talento por explorar. E no meu peito há dor. Uma dor miudinha, impregnada, que não controlo, que não consigo parar. Pouco depois, há o mesmo número a chamar. Um pedido de desculpas. Um retroceder que sinto como um salto para o mais desejado. Há caminhos sinuosos que se fazem pelo percurso. Outros que se fazem pelo destino. Este, fi-lo por tudo. Afinal, morri na praia e renasci. Há vidas que se tentam mudar durante muito tempo. Nada acontece. Outras vezes, bastam uns minutos para que algo aconteça. E tudo mude.

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Dardos - o primeiro prémio

Diz a lenda que:
"Com o Prémio Dardos se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais,etc. que em suma demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre as sua letras, entre suas palavras.
Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à web.

Quem recebe o Prémio Dardos e o aceita deve:

1. Exibir a distinta imagem;
2. Linkar o blog pelo qual recebeu;
3. Escolher 15 outros blogs a quem entregar o Prémio Dardos.

Recebi o prémio das 'mãos' da Meg .
Premeio, sem ordem especial, os seguintes:

http://www.sapatositalianoseperfumefrances.blogspot.com/ (escrita fluída, cadente, inspiradora)
http://www.deb2diletante.blogspot.com/ (visão muito particular e cheia de pormenores)
http://www.bplacido.blogspot.com/ (sentimentos à flor da pele)
http://www.seriousandsober.blogspot.com/ (literatura pura, talento inato)
http://www.gangovocc.blogspot.com/ (novidades fresquinhas, sempre)
http://www.meuinfernoprivado.blogspot.com/ (provocador, inspirador, perturbador)
www.revistaindice.wordpress.com (cultura de um ecossistema)

segunda-feira, dezembro 15, 2008

Material de primeiros-socorros

Cansaste-te de mim. É verdade, e eu assumo. Fui demasiado inquisitiva, demasiado exigente, pedi-te demasiado. Mas é desses pedidos, dessas exigências, que é feita a vida. Não te pediria nunca menos do que aquilo que te dou. Não por te dar à espera de receber de ti, mas porque quando se dá, exige-se em troca. Porque é óptimo dar. Mas também é óptimo receber. Dar sem receber é mau. E sobretudo é injusto. As relações unilaterais são sempre injustas. E só são relações porque existem duas pessoas quando se dá. Mas se uma é passiva, enfim, deixa de ser uma relação justa. E sim, sei que a vida não é justa e essas tretas todas. Mas acho-me no direito de exigir. Quero dizer, achei-me. Que aquilo que tínhamos acabou quando passou a ser só meu. Peço-te, agora que estás cansado, farto, que já não me podes ver à frente, que me dês uma oportunidade. Deixa-me reinventar(-me).

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Atestado

Estou a horas de te mentir. E sei-o já. Planeio-o premeditadamente há alguns dias, e não consigo evitar o sofrimento. Sempre te pedi transparência, igual à que sempre te dei. Total. E está a moer-me ter que te mentir, mas disso depende um passo mais no meu tão ansiado sonho. E não consigo tirar os olhos do cume da montanha, deixar de seguir a estrela que almejo, evitar perseguir esse tão mordaz e criticado trabalho com que me sinto preenchida. Através dele sinto-me inteira, realizada. E não vou deixar que ele me fuja, com um desdém que poderia demonstrar agora, por medo de punição tua. Vou segui-lo agora, porque a oportunidade pode não voltar a aparecer. Terei de mentir-te porque estas coisas não se contam assim, do pé para a mão. Era preciso preparar-te para a verdade e não tive tempo para isso. Não poderia pedir-te que estivesses pronto para aceitar esta realidade quando ainda nem eu estou em mim.

Desafio (obrigada R.)

"Deve ter um montão de lixo referente ao seu passado; descarregue-o".
1. Agarrar o livro mais próximo.
2. Abrir na página 161.
3. Procurar a 5.ª frase completa.
4. Colocar a frase no blog.
5. Não escolher a melhor frase nem o melhor livro! Utilizar mesmo o livro que estiver mais próximo.
6. Passar a 5 pessoas.

A frase que me calhou em sorte:
"Localizava-se vagamente no Bairro da Madragoa, mas ninguém lhe arrancava uma precisão.", in O Rio Triste, Fernando Namora.

Passo a 'batata quente' à Catarina, à Débora, ao Helder, à Margarida e ao Quirino.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Cru

Há restos pelo chão. Coisas que não consigo decifrar, que não tenho capacidade para descodificar, palavras que não reconheço. Caíu-me no esquecimento a vontade de fazer mais e melhor, e só ela me permitiria fazê-lo. Perdi a noção da realidade e vejo agora as coisas em tons cinza, sem reconhecer as cores verdadeiras, sem compreender o belo e o feio, a verdade e a mentira, sem distinguir o meu e o teu. Tudo se confunde nos pedaços espalhados pelo chão. Tudo se tornou uma marcha fúnebre que se arrasta por uma enorme avenida e dá voltas sem fim. Caminho circular que não conheço, não domino, e tão pouco me apercebo da sua existência. Sou o corpo da alma desfeita. Aquele triturado, torturado, açoitado, dormente. E quando entro em casa, naquele que devia ser o refúgio, vejo restos que nem sequer sei se são os meus. São pedaços de uma matéria viscosa, que cheira já a môfo por ter estado tanto tempo fechada. Peças de um puzzle que foram durante anos 'protegidas' por uma redoma de vidro. Agora que o fogo fez quebrar o revestimento, é hora de decidir o que fazer. E servir o prato. Cru.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

77

Lembro-me de ti, de pequenina. Do teu cheiro, das duas expressões, das tuas perguntas retóricas. Lembro-me da cumplicidade que nos estava destinada, da troca de olhares. Lembro-me da tua simpatia, do teu sentido de humor, do teu respeito pelos outros, por nós, por todos. Pelas escolhas, pelas opiniões, pela diferença. Lembro-me de te ver sofrer, nos últimos dias, com plena noção de que nos deixarias, mais tarde ou mais cedo. Lembro-me de teres noção disso, e de nos pedires desculpas com o olhar, por não estares a corresponder às nossas expectativas. Às nossas esperanças. E sobretudo, à nossa vontade. Sempre disseste aquilo que pensavas, sempre subtilmente. Lembro-me dos Natais contigo e já sem o teu amor, sem a presença dela ao teu lado. Lembro-me de te ver com a lágrima no olho porque tinhas saudades, sentias a falta. Porque ela estava e deixou de estar. Compreendo a tua saudade, avô.

Se cá estivesses, já tinhas atendido mil telefonemas. De amigos. De conhecidos. De pessoas que te admiravam. De todos. Nossos. Provavelmente o fim-de-semana que aí vem seria passado contigo, num almoço ou num jantar qualquer, em tua casa, na nossa, tanto fazia. Que o importante destes encontros não era o sítio, mas o facto de estarmos todos juntos. E de podermos dar-te um beijo grande e um abraço de muitos parabéns. Seriam 77. Tenho saudades.