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segunda-feira, maio 18, 2009

Só hoje

A luz ténue do candeeiro, na mesa de cabeceira, constrói um ambiente com média-luz. Um lusco-fusco que não revela. Mas também não esconde. A luz de cima, com mais watts e mais verdade, já foi apagada. Afastas a colcha macia e abres a cama com as mãos cada vez maiores, a aproximarem-se das minhas. Comparamos os tamanhos dos dedos e enroscas-te a mim. Ternura esta que me preenche o pouco tempo livre. Pedes-me um abraço. Dou-to sempre sem pestanejar. Hoje quebramos o hábito. Finjo trocar contigo o lado da cama. Apetece-me ser eu a enroscar-me em ti. Quero hoje ser eu a abraçada, a apertada, a muito-amada. Trata de mim como eu quero, só hoje. Que o tempo que me sobra para ti é pouco para o passarmos a discutir papéis. Não quero que questiones as minhas razões. Deixa-me só encostar-me ao teu ombro como te encostas ao meu. Hoje sou eu que tomo a iniciativa e digo primeiro que te adoro. E quero que me respondas de volta, que também, que adoras, tu a mim, como no primeiro dia em que te vi e te senti. Quero sentir os teus braços crescerem só para me abraçar. E perceber que posso pedir-te que me contes histórias para adormecer à vontade, porque a imaginação nunca te vai faltar. Por isso, só hoje, não me peças uma história. Não me peças um abraço. Conta-ma tu. Abraça-me tu. E estica o braço mais do que o costume. Apaga a luz por mim, por favor.

quinta-feira, maio 07, 2009

já nasceu


não tenho palavras para descrever o que foi o dia que deu origem ao i número 1

quarta-feira, maio 06, 2009

i

hoje não caibo em mim

terça-feira, maio 05, 2009

num instante

Escrevo hoje porque amanhã posso não ter tempo. O despertador pode tocar e eu posso não ouvir. Ou ouvir e adiar e voltar a adormecer. Escrevo hoje aquilo que quero escrever agora, que a vida não está para hesitações e o tempo é pouco para esperas. Escrevo aqui porque é o meu espaço. E é do meu tempo que se trata. Traço um retrato da realidade, faço perguntas e duvido das respostas. E escrevo agora porque sei que agora me apetece escrever. Sem razão, ponho-me em frente ao ecrã e acumulo letras e palavras e frases. Na cadência da escrita, como das horas, inspiro e expiro. Expira-se-me o tempo, ora vago, ora limitado. Como a vida, ora despreocupada, ora pomposa e agitada. Agitam-se os ramos das árvores ao sabor do vento e agita-se-me a vida por momentos. Que o tempo não pára e hoje eu posso escrever. Afundo-me aqui. Revelo-me a mim.

quase quase

ando a viver para isto