Sentado na cadeira, pernas cansadas, debruçou-se sobre o prato e uniu as mãos. Os lábios, sussurravam uma língua que não percebi. Depois de servir todos os pratos, de cobrar o vinho, de correr para trás e adiante com esforço redobrado, pelos pés que teimam arrastar-se, fruto da idade, lá se senta. É a sua vez de comer. Mas comove-me a sensação de silêncio entre as gargalhadas estridentes, as discussões acesas. Perturba-me esta vontade de estar só e acompanhado, com um Deus que aí, é só meu. E as palavras baixinhas, segredam, nos seus ouvidos, uma acção de graças de quem agradece a proximidade da terra, enquanto cruza as mãos e reza baixinho. Graças por este pão, pela 'cachupa' que tenho à minha frente. (18/02/2008)