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quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Rapariga de ouro!


Fiz o teste e...confirma-se!! Como eu previa, sou uma menina de ouro!!!
"You Are A Gold Girl
You're dependable and hard working. You never miss a deadline - and you're never late.You have a clear sense of right and wrong. You're very detail oriented.You get frustrated when your friends are sloppy - or when they don't follow through.You're on top of things, and you wish that everyone else was!"
Podem ver também as vossas cores em http://www.blogthings.com/whatcolorgirlareyouquiz/

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Viver o sonho

O jantar era normal. Convites modernos e amigos do ambiente, por email, iguais às respostas. O restaurante, cabo-verdiano, sem cor nas paredes nem imagens que liguem ao continente africano. Ali, na cadeira, olhava em volta a ver o que se passava. Na observação, tinha o seu maior passatempo. As coisas que se aprendem através da observação, todos tão preocupados em falar para ensinar, e ela ali, sedenta de aprender, observava.
As conversas, entre colegas de profissão, foram dar ao de sempre. Ou se gosta do que se faz...e se sofre pelas condições. Ou se foge às más condições, e se faz o que não se gosta. O jornalismo, tem de ser feito com paixão, não por compaixão. É aí que está o verdadeiro sentido de contar histórias. De que adianta contá-las se não se as sabem? É preciso saber ouvir, tentar descobrir em cada linha um novo código e tentar descodificar linguagens. Uma vez, ouviu que o trabalho do jornalista é como o de um neurocirurgião. Para se fazer, é preciso saber exacta e meticulosamente, o que fazer. É por isso que saber bem a história é (quase) mais importante que contá-la.
O jantar lá avançou. Como a conversa. A passos tantos, já se falava de desemprego, no jornalismo. De acordo com alguns estudos, os licenciados em áreas relacionadas com as Ciências Sociais e Humanas são os que mais dificuldades têm em encontrar trabalho. Arriscaria dizer que isto acontece porque teimam em viver os sonhos. São mais românticos, mais poéticos, mais humanos. E por isso, mais sonhadores.
Agora, depois do curso, do estágio e dos pensamentos que às vezes tardam em fugir, não quero falar de más condições de trabalho, de recibos verdes, de ausência de subsídio de alimentação e transporte nem da impossibilidade de marcar férias. Não quero falar do facto de poder continuar assim anos e anos, como alguns. Nem da impossibilidade de construir a vida que imagino minha, já, daqui a nada. Não quero mudar de profissão, arranjar alternativas, ser caixa de super-mercado ou andar aí a choramingar pelos cantos. Eu quero que os dias passem como notícias e que as histórias possam ser contadas por mim. Agora, quero viver o meu sonho, ser jornalísta por este bocadinho. E que aí, assim, nesse espaço tão meu, que o tempo passe devagar e o mundo me caiba na palma da minha mão.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

"Importas-te de me dizer o que se passa?"
"Disseste-o com lágrimas a teimar em cair, nos olhos escuros. Como se uma resposta pudesse abalar-te o mundo, fazer-te cair de vez ou ressuscitar-te com um sopro apenas. Quando ouvi a pergunta, não quis acreditar. Como "Importas-te de me dizer o que se passa?"?Como? Andas a olhar para mim e não me vês? Tantos encontros e desencontros, enganos e frases por acabar. Acabam-se os sorrisos com abraços costumeiros, como se o mundo fosse um lugar tão estranho a nós que desaparecesse. O chão treme como se quisesse fugir e tu perguntas o que se passa. Passa-se que já não me sinto. Passa-se que sinto os costumes a esvair-se em pó, os sonhos lá longe a correr rumo ao horizonte e uma luz solar tão forte que já os fez desaparecer no fio. E o ardor dos olhos é tanto que já nem consigo chorar com medo que as órbitas me saltem de tanta dor. Porque tenho medo de não aguentar aquilo que sinto, de tão mal que o sinto por já não sentir mais. Tenho medo. Medo de não saber qual o sonho por que luto. Tenho fervor nas veias e dor no coração. E às vezes o fervor assalta a dor. E outras é ela que o possui, como o coração quando desata a galopar por já não te ter colado a ele. Salto e fico a meio caminho de sítio nenhum? Ou continuo nesta impaciência que me corrói e me mina, me consome de não me preencher? Ajuda-me a perceber aquilo que me vai no peito, que eu, de tanta dor, já não consigo vislumbrar. Ensina-me a pôr os óculos e conseguir apanhar os sonhos que já desapareceram no fio do horizonte."