Há qualquer coisa encantadora nos bancos de jardim. Sozinhos com eles, sentimos a solidão no estado puro. Observamos cuidadosamente quem passa. Passos rápidos, no quotidiano citadino. Sentados, de repente o tempo pára. Fazem companhia, são encosto, são presença na ausência de alguém. São poleiro, são mesa de histórias, são ouvidos, são confidentes sem boca nem receios. Escutam e calam, como poucos. Armazenam tristezas, solidão, beijos roubados, histórias de amor. São companhias nas tardes de Outono, por debaixo das árvores de folhas douradas e cor de tijolo. Faça chuva ou faça sol, ou mesmo debaixo da maior tempestade, os bancos de jardim estão lá. Não mexem, não falham. Estão presentes na sua efemeridade. São testemunhas, espectadores, de abraços, de discussões. Se falassem, teriam muitas histórias que contar. Entre amores e desamores, alguns gravados para sempre, em palavras escritas na madeira já sem cor, dos dias de sol picado ou de chuva impertinente, bem em cima deles.
1 comentário:
Adorei a maneira como deste vida, a um dos elementos mais importantes do jardim... sem eles de facto estes seriam bem mais cinzentos e desagradáveis..Bjs "miúda"
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