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domingo, abril 12, 2009

Das saudades, do jardim e da memória

Cai-te uma e outra lágrima - atrevidas - pela bochecha abaixo. Sem piedade, choras um bocadinho, que já se sabe que as saudades nestes dias aumentam. E é difícil não pensar neles, que já não estão e fazem tanta falta. Olhas com enlevo para as mais novas, elas que cantam baixinho enquanto a cruz circula na sala da casa quase desabitada e, beija-se o senhor - com muitos beijos - entre amigos e familiares. E está cheia de amigos, é certo. Os sofás já gastos, não destes dias, mas de outros. Já idos. Dias que não se esquecem. E o jardim cheio de pétalas da cerejeira, carregadinha de flores - cor de rosa - que cheiram tão bem. E a mangueira sempre ali caída no jardim. E lírios lilás clarinho, de uma cor que já não existe. E a alcatifa escura, e a vontade de pintar o tecto de branco - que a casa tem um cheiro pesado a fresco. E a fotografia dele, e dela - deles - ali à porta. Com a jarra de flores frescas, que lembra a presença eterna. E a eterna falta. A ausência sabe tão mal. Não aquece, nem acalma. Só dá tristeza, de não estarem já, aqui.

4 comentários:

Anónimo disse...

**

Suoutubro disse...

Também já tinha saudades destes teus textos

Sarita disse...

=)*

Zoka disse...

As lágrimas nos olhos evidenciam as saudades que cada vez mais acalmam, mas continuam a roer cá dentro.
Gostei.
Beijinhos