Os teus olhos são como os meus, mas mais claros. E sempre que me olham, dizem-me coisas que eu não entendo. Preferia ter um pensómetro e ler-te o pensamento, assim, de imediato, quando te chegasses a mim com toda a pompa e circunstância e a tua boca se calasse. Como sempre.
Deixei de estranhar a tua inércia e passei a encará-la como uma ligeira amnésia. Que escondo de mim e tento afastar do pensamento. Só que de cada vez que insistes em convidar-me a sentar à tua mesa, comer da tua comida e beber das tuas palavras suadas e mastigadas, percebo que essa minha amnésia [essa tua inércia] sempre lá esteve. Não importa crermos que as coisas dos outros mudam por nós. Não adianta pensar que as coisas se alteram assim, momentanea e instantaneamente. Os outros mudam, se quiserem. Nós também.
Deixei de estranhar a tua inércia e passei a encará-la como uma ligeira amnésia. Que escondo de mim e tento afastar do pensamento. Só que de cada vez que insistes em convidar-me a sentar à tua mesa, comer da tua comida e beber das tuas palavras suadas e mastigadas, percebo que essa minha amnésia [essa tua inércia] sempre lá esteve. Não importa crermos que as coisas dos outros mudam por nós. Não adianta pensar que as coisas se alteram assim, momentanea e instantaneamente. Os outros mudam, se quiserem. Nós também.