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sábado, dezembro 10, 2005


Brincar aos jornalistas

De início era um sonho. Dar notícias, escrever, intervir socialmente, proclamar os ideais de liberdade e justiça indiscriminadamente, mudar o mundo...
Estava no décimo ano e toda a força deste sonho fez com que, apesar de outros sonhos que teimei ignorar, seguisse este caminho que pensava mais fácil e muito menos sinuoso.
Não porque goste de caminhos fáceis – de todo! – mas porque o julgava, efectivamente menos difícil e sofrido do que, por exemplo, seguir o sonho da dança.
A entrada na universidade marca uma nova fase na minha vida, mas leva-me a questionar muito rapidamente a escolha feita: a vocação que julguei ter e me parece agora duvidosa, os idealismos que desaparecem num ápice, o medo do mercado de trabalho caótico que se aproxima a passos largos e sem avisar.
Este ano, apesar do número imenso de trabalhos a entregar em muito pouco tempo, tem sido muito mais interessante. Reportagens, gravações, fotografias, entrevistas, apresentações, revistas. É o renascer de um sonho que parecia, há bem pouco tempo, quase destroçado por tantas chamadas de atenção, notas baixas e faltas de interesse e reconhecimento de um trabalho dedicado.

Ontem fomos à SIC. Foi óptimo sentir o ambiente (como diz a Deb), sentir a frescura de cada notícia, o brilho do jornalismo no seu expoente máximo, a paixão por dar notícias. Talvez esse brilho esteja efectivamente mais nos meus olhos e nos de quem esteve comigo e se espelhasse nos olhos do jornalista Paulo Nogueira (afável, disponível, jornalista há 22 anos) e nos de tantos outros que se cruzaram connosco na régie (não sei se se escreve assim).
Sei no entanto, apesar das dúvidas que permanecem ainda (e ainda bem) que foi, uma manhã incrível. Para mim, para a Débora, a Catarina, a Raquel e para todas aquelas amigas a quem vamos contar todos os pormenores da visita: como nos sentámos na cadeira da pivot da SIC Notícias, como nos gozaram por estarmos a tirar fotografias, como nos acolheram, como nos encantou olhar para os computadores e ver "montar" o alinhamento do jornal das 11, como falaram connosco e nos explicaram o quão stressante é a vida de um jornalista, como nos ouviram nas nossas angústias de faltas de respostas, de tempo e de interesse, como lanchámos no bar, entrámos na SIC, saímos da SIC, "pequenalmoçámos" no bar da SIC, como vimos a Clara de Sousa, como o vimos, o sentimos, o amámos.
Mais ainda: que marcou o (re)nascer na minha esperança de me tornar, um dia, uma grande jornalista.

4 comentários:

Deb disse...

OBRIGADA.

Esta correria impede-nos de facto de descrever o decorrer de um sonho que passou por nós, na manhã de ontem, também a correr.

É de facto um sonho que passou a correr, sim, ontem sonhávamos com isto, hoje nem tivemos tempo para o contemplar. Foi um pequeno capricho, tão encantador porém, que me arrepia quando contemplo o seu registo fotográfico. Não interessa a vergonha que passámos por isso.

É a correr que se faz esta vida e não sobra tempo para avaliar com calma o esforço que temos feito, apesar de tudo, com tanta dedicação. Há definitivamente uma textura nesse "ambiente" que nos delicia e alicia. Ontem, ali, ou hoje, quando aqui me lembro de lá (um lá tão longínquo, mas cuja viagem se faz tão a correr), reforcei as minhas garantias.

Não havia outra hipótese.

Obrigada por partilhares essa alegria comigo e por me incentivares todos os dias a lutar mais um pouco.

Deb disse...

Nem sequer foi ontem, foi antes de ontem... corre, corre...

Sempre na Memória disse...

Na deambulação pelo mundo dos blogs, encontrei no teu este post. Por estar relacionado com o jornalismo, profissão que exerci durante três anos (agora estou numa pausa ou talvez não), decidi fazer um comentário.
Dizes que o mercado de trabalho caótico se aproxima a passos largos e que ainda tens dúvidas em relação ao futuro. Pois é, o jornalismo é uma profissão, como muitas outras, onde as “cunhas” sobrepõem-se ao resto, onde quase ninguém responde aos currículos que são enviados, isto quando uma pessoa já tem experiência. Os órgãos de comunicação social querem é estagiários a trabalhar de borla. Como há muita gente a querer entrar para área, eles vão fazendo as coisas com mão-de-obra de borla. Depois o salário em si é uma miséria.
Apesar destes pontos negativos, deves seguir o teu sonho com máxima persistência. Mas, caso não haja conhecimentos na área, o caminho não será fácil.
Boa sorte.

Anónimo disse...

Somos o demonio....hehe!