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terça-feira, novembro 03, 2009

Crónicas do reino de Marraquexe #2

Há despertador marcado para não nos atrasarmos para o pequeno-almoço. O dia de ontem foi longo e as pernas doem do cansaço. Mas nem esperamos pelo pipipi irritante para acordar. Há carros, carrinhas, autocarros, motas, bicicletas, burros, cavalos, carroças e charretes. Tudo à mistura numa rotunda que parece minúscula para esta enorme confusão. E acordamos com um taxista irritado que não quer esperar pelo semáforo verde para avançar e barafusta com os peões que tentam à pressão passar na passadeira com o sinal verde. Porque ali perde-se tempo de mais com o que se pára. Como se o tempo passasse depressa ali. Como se os dias se sucedessem sem uma palavra de amigos, sem uma imperial ao fim do dia. Sem um jantar-fora semanal. Há gente diferente todos os dias. Passaportes que entram e saem sem avisar. E gente que fala todas as línguas, como aqueles que conduzem, e aqueles que vendem carteiras e écharpes. E ainda aqueles com quem falamos nos restaurantes, e na praça, e à porta da Mesquita. E gente de todo o lado aqui, e é tudo tão diferente. E olhamos pela janela da sala do pequeno-almoço e pasmamos com o caos. Na pequena rotunda, tudo parece aleatório. Há carros e motas e carrinhas e autocarros e bicicletas e camiões e pessoas. Tudo à mistura. Sem regras, sem normas, sem caminhos instituídos. Sabem que podem entrar e que podem sair, independentemente dos outros. De repente, trememos. Uma bicicleta entra em contra-mão. Uns apitam, outros gritam, outros nem reparam. O caos estava instalado, por isso não volta a instalar-se. Só nós, na nossa pseudo-rotina semi-organizada, cheia de regras-e-normas-e-leis-e-hábitos estranhamos. Ali, é só normal. E nós (a)percebemo(-no)s (d)isso.

2 comentários:

Susana disse...

Falhei Marraqueche Mary Jo! mas é como se lá estivesse estado agorinha mesmo ;)

Susana disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.