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domingo, dezembro 20, 2009

A terra tremeu

E eu não senti. E não sinto as mãos, geladas. E o coração, sinto-o frio também, que o Inverno nem sempre traz lareiras quentes nem colos com termostatos. Aqueço de vez em quando, com sorrisos à distância. Aqueço com as luzes de Natal na Lisboa fria das pessoas e dos afectos. Na Lisboa às vezes autómata e outras romântica. Dos amores e desamores. Aqueço no aeroporto graças ao sol de inverno que decidiu espreitar. Ou de uma mensagem simpática no telemóvel que me acorda ainda é de noite. Aqueço dos planos e das conversas, e do chá de frutos vermelhos às sete da manhã. E aqueço também - e, por fim - quando chego a casa e ligo o aquecedor. Que é quem me aquece melhor nas frias noites de dias cheios e tão vazios de sol.

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