Estava fria. Chuvosa. Nostálgica. Preferia ter-me lembrado num dia de sol. Ou numa esplanada aquecida, com um capuccino na mão. Ou debaixo de um calor abrasador. Ou então, não me ter lembrado, de todo. Não fazes falta agora. O que passou, passou. terça-feira, janeiro 26, 2010
Paris
Estava fria. Chuvosa. Nostálgica. Preferia ter-me lembrado num dia de sol. Ou numa esplanada aquecida, com um capuccino na mão. Ou debaixo de um calor abrasador. Ou então, não me ter lembrado, de todo. Não fazes falta agora. O que passou, passou. terça-feira, janeiro 19, 2010
Ao sétimo dia.
O que eu dava para estar lá, para ir para lá. Para assistir, para reportar, para ver e contar as histórias. Para as poder escrever duramente. Para perceber o que é assistir à perda sem nada poder fazer. Para doer no coração a falta de água, para dar valor ao que tenho, ao que tive, ao que não tive, ao que ainda hei-de ter. O que eu dava para poder ir sem pestanejar. Para ajudar. 75 mil mortos oficiais. Desaparecidos. Caras que nunca mais se verão. Nunca mais serão beijadas. Corpos que nunca mais serão abraçados. Conversas perturbadas pelo espirro arrebatador de uma terra a que chamavam casa. E agora, ao sétimo dia, nada mudou. As caras são as mesmas. As dúvidas as mesmas. Só os números mudam. Acumulam. Morte. Morte.Há uma semana o meu pensamento estava aqui. O que eu dava para o escrever. E o que eu dava para nunca ter podido escrevê-lo.
Do dia seguinte
quinta-feira, janeiro 14, 2010
Do dia
quarta-feira, janeiro 13, 2010
Do dia de véspera
terça-feira, janeiro 12, 2010
hey babe, take a walk on the wild side. let's take a walk on the wild side.
Don't be shy. come with me. let's take a walk.
80 tentativa #3
Escrevo-te todos os dias um pouco aqui, quando não te escreves tu em mim. Sei que herdei de ti tanto do que sou e aprendi outro tanto de ti também. Que, de tudo o que sou e de todo o resto que julgo ser, nem sei o que de ti veio e o que vinha comigo de origem.
Queria primeiro agradecer-te tudo aquilo que nos dás, todos os dias. Vai ser sempre bom lembrar-me de ti, porque de ti não ficam senão as palavras doces e preocupadas, os telefonemas em contínuo, e as surpresas. Escreves em poesia, falas em prosa, sentes tudo de uma maneira especial. E consegues demonstrar todos os dias que, por mais que a vida teime em mostrar o quanto pode ser azeda e madrasta, há sempre o açucar que pode encarregar-se de adoçar os dias mais amargos. Mexe os cozinhados com empenho e amor, como sempre tens feito. Aposto que guardaremos sempre connosco o teu dedo para a culinária, mesmo que mais 80 anos passem.