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terça-feira, janeiro 12, 2010

80 tentativa #3

Queria ter-te escrito estas linhas a tempo de tas poder ler alto na festa daquela noite de dia 8, mas escapou-se-me o tempo, e a imaginação. E sobretudo, apoderou-se de mim o medo de não estar à altura de palavras tão especiais, que pudessem descrever-te bem. Por isso escrevo atrasada. Por isso pensei estas letras - insuficiente mas duramente. Por isso vou ter cuidado com os caracteres, começar de mansinho, e de uma maneira que me distinga de ti. O atraso. É esse que nos distingue hoje. Nunca te atrasarias - ao longo dos teus 80 anos - para entregares uma prenda de anos, muito menos se essa prenda dependesse unicamente de ti. A gestão do teu tempo é perfeita, sobra sempre para mais uma viagem, para outro telefonema, para perguntares se está tudo bem? se já jantaram? ou se já chegaram?.

Escrevo-te todos os dias um pouco aqui, quando não te escreves tu em mim. Sei que herdei de ti tanto do que sou e aprendi outro tanto de ti também. Que, de tudo o que sou e de todo o resto que julgo ser, nem sei o que de ti veio e o que vinha comigo de origem.

Queria primeiro agradecer-te tudo aquilo que nos dás, todos os dias. Vai ser sempre bom lembrar-me de ti, porque de ti não ficam senão as palavras doces e preocupadas, os telefonemas em contínuo, e as surpresas. Escreves em poesia, falas em prosa, sentes tudo de uma maneira especial. E consegues demonstrar todos os dias que, por mais que a vida teime em mostrar o quanto pode ser azeda e madrasta, há sempre o açucar que pode encarregar-se de adoçar os dias mais amargos. Mexe os cozinhados com empenho e amor, como sempre tens feito. Aposto que guardaremos sempre connosco o teu dedo para a culinária, mesmo que mais 80 anos passem.

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