Meu querido amor,
Todos os minutos passam devagar enquanto não chegas. Espero ansiosa pelo encontro, pelo momento em que vou poder abraçar-te.
Nem sempre as coisas foram como quisemos, e nós sabêmo-lo. Durante muito tempo, andámos desencontrados, entre turras e abraços. À procura do equilíbrio, puxámos tantas vezes pelo que pensávamos ser melhor. Empurrámos a vontade, tentámos impingir sentimentos, fazer-nos compreender ao outro como se isso fosse uma missão solitária. Tantas vezes nos sentimos tristes connosco por não nos sentirmos capazes de o fazer perceber ao outro. Sentimo-nos impotentes, sem escapatória. Houve alturas em que abraçar-te era, mais do que uma vontade, um refúgio.
Os teus braços sempre o foram. E a ternura com que olhamos um para o outro, a cumplicidade dos sorrisos, as palavras não-ditas que compreendemos. E todas as letras são poucas para mostrar a dimensão do meu amor. E todos os minutos grandes demais enquanto não chegas e curtos demais quando estás.
Não vejo a hora de chegares. Porque andámos desencontrados muito tempo. Mas os nossos corações sempre souberam o caminho um do outro. Os nossos corpos sabem de cor o percurso que têm de fazer para se completarem. Porque desde o primeiro momento soube que eras tu.
Reparo em ti e sinto que sou tua. Espero por ti no café da esquina e estás atrasado. Olho para o relógio. Bato o pé no chão. Apoio a cabeça na mão, em cima da mesa. Ansiedade boa, esta.
Vejo-te no fundo da rua. Sorrio. Sorris. Já estava com saudades tuas.
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