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quinta-feira, outubro 09, 2008

Carta aberta ao meu amor II

Meu querido amor,
Todos os minutos passam devagar enquanto não chegas. Espero ansiosa pelo encontro, pelo momento em que vou poder abraçar-te.
Nem sempre as coisas foram como quisemos, e nós sabêmo-lo. Durante muito tempo, andámos desencontrados, entre turras e abraços. À procura do equilíbrio, puxámos tantas vezes pelo que pensávamos ser melhor. Empurrámos a vontade, tentámos impingir sentimentos, fazer-nos compreender ao outro como se isso fosse uma missão solitária. Tantas vezes nos sentimos tristes connosco por não nos sentirmos capazes de o fazer perceber ao outro. Sentimo-nos impotentes, sem escapatória. Houve alturas em que abraçar-te era, mais do que uma vontade, um refúgio.
Os teus braços sempre o foram. E a ternura com que olhamos um para o outro, a cumplicidade dos sorrisos, as palavras não-ditas que compreendemos. E todas as letras são poucas para mostrar a dimensão do meu amor. E todos os minutos grandes demais enquanto não chegas e curtos demais quando estás.
Não vejo a hora de chegares. Porque andámos desencontrados muito tempo. Mas os nossos corações sempre souberam o caminho um do outro. Os nossos corpos sabem de cor o percurso que têm de fazer para se completarem. Porque desde o primeiro momento soube que eras tu.
Reparo em ti e sinto que sou tua. Espero por ti no café da esquina e estás atrasado. Olho para o relógio. Bato o pé no chão. Apoio a cabeça na mão, em cima da mesa. Ansiedade boa, esta.
Vejo-te no fundo da rua. Sorrio. Sorris. Já estava com saudades tuas.

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