Está arrumada por categorias, por cores, por letras, por texturas. Mais macios, mais densos, mais cheirosos, mais largos, mais simpáticos, mais amigáveis, mais sinceros. É difícil ordenar este género de pertences. Há elementos fáceis de ordenar, só de olhar é possível distingui-los dos outros, atribuir-lhes um nome, criar-les uma regra. Mas há outros que, por mais que se puxe pela cabeça, vão permanecendo na divisória dos indiferenciados. É impossível atribuir nome a qualquer coisa igual a outra, a um mesmo nome, a uma mesma cor. É aquela, esta, a outra. X, Y, Z, N. Não tem existência própria; é tão e somente outra depois da primeira. E isso já torna a primeira irrelevante. E junta as duas numa divisória de conjunto, onde as características comuns não são mais do que elementos que as distinguem das restantes, mas que não as distinguem uma da outra.
A caixa acumula pó nas prateleiras, vai transitando pela mala do carro, porque ele não gosta de a deixar pelos armários poeirentos do escritório, e gosta de a levar para casa, sempre a fazer-lhe companhia. Uma colecção assim, com tantos anos, guarda já elementos antigos, envelhecidos pelo tempo. Guarda gargalhadas, guarda imagens turvas de memórias que foram desaparecendo com o passar dos anos. Mas a perfeição do início não é a mesma de agora. Ninguém disse que coleccionar pessoas é fácil.
A caixa acumula pó nas prateleiras, vai transitando pela mala do carro, porque ele não gosta de a deixar pelos armários poeirentos do escritório, e gosta de a levar para casa, sempre a fazer-lhe companhia. Uma colecção assim, com tantos anos, guarda já elementos antigos, envelhecidos pelo tempo. Guarda gargalhadas, guarda imagens turvas de memórias que foram desaparecendo com o passar dos anos. Mas a perfeição do início não é a mesma de agora. Ninguém disse que coleccionar pessoas é fácil.
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