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segunda-feira, março 09, 2009

Por mais que o calendário não diga, em minha casa é sempre dia da mulher

Em minha casa, a relação é de um para duas e meia. Porque somos cinco. E eles dois. Mas na família em geral, somos muito mais mulheres que homens. E isso tem vantagens. E desvantagens.
Sempre tive a noção da grandiosidade das mulheres da minha família. A minha bisavó – Ana -, que conheço apenas por fotografia, era uma mulher robusta, muito mais que o meu avô (o marido dela). Contam-me que era uma mulher muito forte, séria e muito exigente. Mas nas fotografias parece-me terna, atenta, carinhosa. Teve três filhos – duas mulheres e um homem. A minha tia-avó – Tereza – (uma das filhas da avó Ana) guarda até hoje um tacho com que faz ‘barriga de freira’, um doce conventual do qual só conta a receita a ‘pessoas especiais’. Acho que foi da avó Ana que ela herdou o gosto pela cozinha. Esta Tereza – com ‘z’, “à antiga”, é uma força da natureza. Enérgica, cheia de força, criou duas filhas – mais duas mulheres – sozinha. E claro, criou ‘a meias’ com a minha avó os quatro filhos dela – metade/metade. Dois rapazes e...claro...duas raparigas. É atenta aos pormenores, escreve muito bem e cozinha ainda melhor. Dá tudo o que tem - e também aquilo que não tem - mima netos, sobrinhos-netos, netos de amigas e de amigas de amigas. É um verdadeiro coração. E cheio.
A minha mãe é a segunda filha dos meus avós, mas tem postura de filha mais velha. Sempre foi a mais alta dos quatro. E a mais responsável. Tem umas pernas perfeitas, uma figura esbelta, uma paciência – como se diz - de Jó. Teve cinco filhos – um rapaz e quatro raparigas. Podia falar de cada uma em particular, mas somos tantas que fico por aqui.
As mulheres da minha família são protectoras. Muito, e especialmente em relação aos homens. Poupam-nos por serem minoria, por serem homens, por serem eles e não uma delas. E muitas vezes não percebo essa hiper-protecção. As mulheres da minha família são muitas. São galinhas, falam pelos cotovelos, gostam de opinar sobre tudo, de participar em conversas privadas que (esperam) tornam comuns. Gostam de mandar bitaites sobre roupa, opções de vida, dinheiros e até sobre o tempero da salada. As mulheres da minha família gritam e riem muito juntas. Ouvem-se e interrompem-se constantemente, Instalam a confusão com malentendidos, com palavras ouvidas de maneira diferente e com perdas de chaves que muito indignam e irritam o meu pai. As mulheres da minha família têm personalidades fortes, têm bom gosto e gostam de saber da vida umas das outras. São engraçadas, alegres e discretas. Sabem que ocupam um papel de destaque na família, e desempenham-no primorosamente.
As mulheres da minha família são muitas. Tantas, que mesmo que não se comemore todos os dias o Dia Internacional da Mulher, lá em casa é sempre - e felizmente - o nosso dia.

3 comentários:

DdCastro disse...

Boa noite,
estas coisas valem o que valem - certamente não escreves para palmas e elogios mil - mas é sempre com enorme prazer que venho visitar o teu blog. Continua !

MaB disse...

Obrigada! :)

QT disse...

Sem dúvida que gostei..

Ainda bem que existem famílias em que a maioria são mulheres..sem dúvida..=D