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quarta-feira, janeiro 07, 2009

Ela

Há um túnel fundo depois da estrada. Há caminhos por percorrer, paralelos, que nunca decidimos escolher e por onde, por isso, nunca passamos. Há sol em alguns locais, noutros há chuva, frio. Tempestade. Há estrada por pisar que nem sequer vemos, ou porque fica muito longe, ou muito alto, ou muito baixo. Não a vemos porque a nossa visão não chega a ela. Há surpresas, há guinadas, mudanças de direcção. Conduzimos carros rápidos, empurrados pelo vento. Acessíveis a muitos, ao dispôr de poucos. Guiamos a velocidades variáveis: às vezes rápidas, outras vezes lentas, tantas outras em velocidade de cruzeiro, que dá para apreciar a vista. Somos flexíveis. Adaptamo-nos. Deixamo-nos possuir. Somos aquilo que fazemos dela. E ela é tantas vezes madrasta como mãe.

1 comentário:

Catarina disse...

Não vais no carro sozinha. E com as guinadas, aprendemos. O essencial é isto: não nos desviarmos de nós.