Às vezes preferia que não tivesse sido assim. Não dar por ti quando coincidimos nos sítios. Preferia que este radar que não falha falhasse de quando em vez. De vez em quando. Queria não te ter visto naquela calçada íngreme, tu a subir, eu a descer. Continuei a beber a capirinha - como se a lima (ou será limão dos brasileiros, dos verdes) me ajudasse a esquecer que naquele dia conversámos até de madrugada.
Preferia não ter visto quando passei - sorrateira - por trás de ti, noutra noite qualquer. Uma ventania grande na rua, e nós ali - coincidentes - mais uma vez. Preferia ter-te passado ao lado, preferia que não me tivesses sentido passar quase colada a ti (e esse radar que não falha). Preferia, às vezes, não ter coincidido naquela noite em que as despedidas foram as boas-vindas que num instante se tornaram despedidas. Ou então preferia só conseguir fazer-me notar sem notar eu que estavas também. Distraída. Acho que é isso. Preferia uma distracção.
1 comentário:
perdoa-me. *
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