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domingo, maio 02, 2010

É desmedido, bem sei. E sempre me ensinaste que tudo o que era demais era mau. Mas gostar de ti de maneira desmedida - sei eu - nunca é demais. Sabes porquê? Porque nunca é suficiente gostarmos de quem nos quer bem. E de todas as vezes que me senti sozinha, tu estavas lá. E de todas as vezes que precisei de um abraço, tu deste-mo. E de palavras bonitas, e de uma palmada, e de uma festa no cabelo, ou de um beijo na testa.
Não és perfeita: já te vi chorar de tristeza, emocionar de alegria, gritar de ódio, sorrir de nervoso, dizer não por capricho, torcer o nariz de desconfiança. Já deixaste de me falar uma vez. Já te abracei quando não conseguiste deixar de fumar, já te fiz massagens nos pés, já te pintei as unhas e já cozinhei para ti. Já nos zangámos algumas vezes, já gritámos uma com a outra, e já chorámos por termos gritado uma com a outra.
Sei a tua voz de cor, e reconheço há anos a maneira como tosses. Tanto que quando passavas no corredor da escola, dizia baixinho que eras tu que estavas a passar. Nunca mentes e isso é bom. Dás o exemplo, elogias os bons feitos e és a primeira a criticar aquilo que fiz mal. E sei que posso contar sempre sempre, sempre contigo, que tenho a certeza que não me vais falhar nunca. Porque se não sei onde vou acabar, sei muito bem de onde vim. E isso ninguém nos tira. Nem a ti, nem a mim.

3 comentários:

Catarina disse...

:)

"Porque se não sei onde vou acabar, sei muito bem de onde vim."

Grande, grande frase!!

beijinho

Sarita disse...

:')

Marta Cerqueira disse...

partilho (e tu sabes) completamente!