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quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Não há quem me bata como eu

No ringue de combate, não há quem me bata como eu. Bato-me com força, sem piedade. E sem me olhar nos olhos.
Embato nos elásticos de protecção e o choque sem dó, sem amparo, sem cuidado, pisa a minha pele. Marca-a. Deixa nela um rasto. Pisadura. Nódoa-negra.

Ninguém me bate como eu. Vou com tudo, aposto até não conseguir mais com a dor. Perco até saber que não posso mais ganhar. Inflinjo-me sofrimento alheio, e alheio-me ao meu. Nego-o. Contra os elásticos do ringue. Com força. Violentamente. A frio. Sem piedade de mim.

Na minha pele, fios vermelhos, depois negros, roxos, amarelados. Uma evolução constante na cor. Uma permanente compensação. Persistente renovação. Reinvenção.

As marcas velhas, gastas, antigas, transformam-se com o tempo. Mas nunca chegam a desaparecer porque se renovam constantemente.

Tenho um corpo marcado pelo jogo de gato-sapato que faço de mim própria. Sem saber desde quando e até quando.

Toda a minha pele é nódoa negra feita por mim. E eu chaga, em mim mesma.

3 comentários:

Anónimo disse...

Hehe, encontrei-te!!!
Tu tas bem???

Catarina disse...

Só depende de ti,

Sarita disse...

Porque nós sabemos que, às vezes, é preciso bater com a cabeça nas paredes. Temos é de ver quando já chega para não termos de levar pontos. =)