Foi um ano bom, este que hoje acaba. E se a vontade é prolongar aquilo que foi acontecendo, é fácil perceber que o tempo, por mais que se tente, nunca volta para trás. Importa perceber que, mais do que em todos os anos que já passaram, este foi o ano em que me apercebi da real importância do tempo. Daquilo que posso fazer com ele. E daquilo que ele pode fazer comigo. Connosco. Importa sublinhar as coisas boas, esperá-las eternas na memória. E guardar as menos boas, como post-its colados na mesa do hall da entrada, onde obrigatoriamente passo todos os dias. Mais do que um dia de balanço, este último dia de 2009 é altura de avaliar o ano como um dos melhores. Foi um ano de saudades, um ano de projectos, de sonhos e de concretizações. Ano de crescer, como todos os outros que passaram. E todos os que ainda hão-de vir.
quinta-feira, dezembro 31, 2009
segunda-feira, dezembro 28, 2009
Primeiras impressões
domingo, dezembro 20, 2009
A terra tremeu
quarta-feira, dezembro 09, 2009
quinta-feira, dezembro 03, 2009
terça-feira, dezembro 01, 2009
Do jantar
Não há fila de espera a esta hora, que já é tarde para jantar. Encosta um braço ao balcão, espreita as sopas que há. Pede a de bróculos com parmesão. Só. São dois euros, obrigada. Pega no tabuleiro sem dificuldade, e o multibanco numa das mãos. Não anda mais de dois passos, afasta o banco e pousa o tabuleiro de madeira clara na mesa. Ajeita o casaco, senta-se e arruma o cartão no porta-moedas, não vá perdê-lo. Volta a levantar-se, pede-me para ler o jornal que está no topo da mesa, enquanto eu faço a chamada de fim de dia para o meu amor que está longe. E num instante, a sopa verde e light não lhe dura mais do que lhe toma a reportagem da 27.ª vítima de violência doméstica do ano. Consigo lembrar ao pormenor as palavras que li esta manhã enquanto tomava o café na pastelaria perto do trabalho. Acena que não com a cabeça, esfrega o olho esquerdo, ajeita o guardanapo branco no colo de ganga. E parece que entre ela e aquela página dupla, impressa durante a noite, não há senão o abismo de 24 horas. E uma realidade que partilha por lhe ser contada uma verdade que não era sua, mas passa a ser pelos olhos de outro que, com as palavras, trata de contar as histórias que os outros não puderam ver.
segunda-feira, novembro 30, 2009
num fôlego
terça-feira, novembro 24, 2009
sábado, novembro 21, 2009
Free Fall
quarta-feira, novembro 04, 2009
terça-feira, novembro 03, 2009
Crónicas do reino de Marraquexe #2
quinta-feira, outubro 29, 2009
Crónicas do reino de Marraquexe #1
quinta-feira, outubro 08, 2009
quarta-feira, setembro 30, 2009
segunda-feira, setembro 28, 2009
A tua é a minha
Da evidência
segunda-feira, setembro 21, 2009
quinta-feira, setembro 17, 2009
Chegar
quarta-feira, setembro 16, 2009
Sobre o regresso
terça-feira, setembro 08, 2009
Inverso
quarta-feira, agosto 26, 2009
(Re)publicação #2*
terça-feira, agosto 25, 2009
Por lapso
quinta-feira, agosto 20, 2009
Rápida-mente
quarta-feira, agosto 19, 2009
Dossier
segunda-feira, agosto 03, 2009
Primeiro de Agosto
domingo, julho 26, 2009
Dos avós, e do dia deles
segunda-feira, julho 20, 2009
(Re)publicação*
Sai rapidamente do metro, livro metido debaixo do braço num encaixe quase perfeito. Gosta de caminhar assim sempre, mesmo que não tenha hora marcada na agenda, nem combinação com algum amigo. Anda assim simplesmente porque gosta de correr pela calçada portuguesa, envelhecida por tantos pés que por ali passaram. Poetas, escritores, filósofos, contadores de histórias. Calçada tão lusa que impressiona os estrangeiros. Calçada que escorrega quando a chuva teima em não parar num inverno que tarda em ir embora. Calçada que gela em noites frias. E ferve em dias de sol. Calçada que reflecte a luz de Lisboa, que tanta falta faz aos que não estão. Calçada portuguesa é chão da língua da saudade, do fado, de Fernando Pessoa e das pessoas que ele era também. É base sólida dos poemas de Camões, da prosa infantil de Sofia, das linhas despontuadas de Saramago. Calçada portuguesa é suporte de um povo e de uma língua que se querem tão portugueses.
Quando ele sai do metro. Apressado. Livro na mão. Ponho-me sentado no degrau, apoio-me o queixo da palma da mão e olho-o de esguelha. Daquela calçada, naquela escada tão portuguesa que sobe da Baixa para o Chiado, pergunto-me que livro irá ele a ler. Que livro guardará ele debaixo do braço. Tão perto do coração.
*daqui
quinta-feira, julho 16, 2009
Da planície
Passam-se ali horas rápidas, dentro da acalmia da casa. Das tardes sem televisão e com conversas. Das noites a tocar guitarra e a cantar. E das madrugadas em que a conversa vence o sono, enquanto a lenha estala na lareira alentejana. Baixa e de tijolo-burro. Um copo de vinho tinto que aquece, um queijo manchego e pão alentejano. Isso, e a eternidade. Quadratura perfeita de fins-de-semana perfeitamente inesquecíveis.
terça-feira, junho 30, 2009
Quem te disse
Deixei de estranhar a tua inércia e passei a encará-la como uma ligeira amnésia. Que escondo de mim e tento afastar do pensamento. Só que de cada vez que insistes em convidar-me a sentar à tua mesa, comer da tua comida e beber das tuas palavras suadas e mastigadas, percebo que essa minha amnésia [essa tua inércia] sempre lá esteve. Não importa crermos que as coisas dos outros mudam por nós. Não adianta pensar que as coisas se alteram assim, momentanea e instantaneamente. Os outros mudam, se quiserem. Nós também.
sexta-feira, junho 26, 2009
segunda-feira, junho 22, 2009
Recesso
Também eu, ora. Também eu acreditei que o teu sorriso me fosse encantar para sempre. Também eu te prometi que ia adorar-te até ao fim. Acreditei que a tua maneira de falar me seduzisse sem deixar dúvidas e que ias ser para mim, e para sempre, perfeito. Aturei-te as birras - e tu as minhas. Duras e muitas. Permiti que me magoasses e me espetasses espinhos bem fundo, no coração. E aí magoavas-me. Mas tudo o que tínhamos de bom compensava os momentos maus. Esquecia-me de tudo quando me abraçavas. Sentia-me protegida nos teus braços, mesmo que estivessem frios. Porque contigo, era como se fossemos um. Pensei mesmo que a dor de te perder nunca fosse passar. Que o buraco que senti no peito fosse para sempre. Que as lágrimas se prendessem aos olhos numa eternidade dura e numa dor miudinha e sem parança. Pensei que a cura fosse tardar, que as mãos nunca mais encontrassem calor noutras que não as tuas. E que o sol fosse perder-se para sempre, mesmo quando o verão chegasse. E agora que te (re)vejo, te cumprimento e te toco. E falamos sem pensar, vejo o quanto as coisas mudaram sem me aperceber. E sem te aperceberes. Aquilo que eu pensava para sempre, afinal tinha um prazo de validade. E parece que - se ainda não acabou - está muito perto de ficar recesso.
quinta-feira, junho 11, 2009
Santos
sábado, junho 06, 2009
O jogo
segunda-feira, maio 18, 2009
Só hoje
quinta-feira, maio 07, 2009
quarta-feira, maio 06, 2009
terça-feira, maio 05, 2009
num instante
segunda-feira, abril 27, 2009
Sobre o 'jornalismo caviar'
European Newspaper Congress: Jornalismo caviar precisa-se
“Precisamos é de jornalismo caviar, não de sopa”. Esta é uma das primeiras conclusões a que chegaram os cerca de 500 responsáveis de títulos impressos de toda a Europa e especialistas em media que estão desde ontem reunidos em Viena, Áustria, para discutir o futuro da imprensa e as novas tendências no décima edição do European Newspaper Congress que termina amanhã.No segundo dia de congresso os editores presentes na reunião de Viena chegaram à conclusão que, face aos desafios colocados pela Internet e pelos jornais gratuitos, que levaram a um decréscimo acentuado da circulação, as revistas e jornais têm de apostar na qualidade, pode ler-se num dos balanços da reunião, na página do congresso, em http://enc.newsroom.de/ .Palavras como seriedade e elegância, traduzida no design, são alguns dos conceitos em que os responsáveis de publicações de toda a Europa decidiram apostar para ultrapassar a crise.Para Juan Antonio Giner, fundador da Innovation, grupo de aconselhamento de empresas de media, que participou em alguns dos passos do projecto do novo diário “i” em Portugal, “os editores têm de editar e uma selecção de temas inteligente é um aspecto crucial para a sobrevivência”.“O que precisamos é de jornais necessários. O que precisamos é de jornalismo caviar, não de sopa”, disse o especialista.
in Público
sábado, abril 25, 2009
quinta-feira, abril 23, 2009
dia 7 tudo muda. (i) mude connosco
segunda-feira, abril 20, 2009
F5
quarta-feira, abril 15, 2009
Persistência
domingo, abril 12, 2009
Das saudades, do jardim e da memória
segunda-feira, março 30, 2009
domingo, março 29, 2009
Hora de verão
sábado, março 28, 2009
Contradi(c)ção
sábado, março 21, 2009
encontro imediato
sexta-feira, março 20, 2009
quinta-feira, março 19, 2009
segunda-feira, março 09, 2009
Por mais que o calendário não diga, em minha casa é sempre dia da mulher
Sempre tive a noção da grandiosidade das mulheres da minha família. A minha bisavó – Ana -, que conheço apenas por fotografia, era uma mulher robusta, muito mais que o meu avô (o marido dela). Contam-me que era uma mulher muito forte, séria e muito exigente. Mas nas fotografias parece-me terna, atenta, carinhosa. Teve três filhos – duas mulheres e um homem. A minha tia-avó – Tereza – (uma das filhas da avó Ana) guarda até hoje um tacho com que faz ‘barriga de freira’, um doce conventual do qual só conta a receita a ‘pessoas especiais’. Acho que foi da avó Ana que ela herdou o gosto pela cozinha. Esta Tereza – com ‘z’, “à antiga”, é uma força da natureza. Enérgica, cheia de força, criou duas filhas – mais duas mulheres – sozinha. E claro, criou ‘a meias’ com a minha avó os quatro filhos dela – metade/metade. Dois rapazes e...claro...duas raparigas. É atenta aos pormenores, escreve muito bem e cozinha ainda melhor. Dá tudo o que tem - e também aquilo que não tem - mima netos, sobrinhos-netos, netos de amigas e de amigas de amigas. É um verdadeiro coração. E cheio.
A minha mãe é a segunda filha dos meus avós, mas tem postura de filha mais velha. Sempre foi a mais alta dos quatro. E a mais responsável. Tem umas pernas perfeitas, uma figura esbelta, uma paciência – como se diz - de Jó. Teve cinco filhos – um rapaz e quatro raparigas. Podia falar de cada uma em particular, mas somos tantas que fico por aqui.
As mulheres da minha família são protectoras. Muito, e especialmente em relação aos homens. Poupam-nos por serem minoria, por serem homens, por serem eles e não uma delas. E muitas vezes não percebo essa hiper-protecção. As mulheres da minha família são muitas. São galinhas, falam pelos cotovelos, gostam de opinar sobre tudo, de participar em conversas privadas que (esperam) tornam comuns. Gostam de mandar bitaites sobre roupa, opções de vida, dinheiros e até sobre o tempero da salada. As mulheres da minha família gritam e riem muito juntas. Ouvem-se e interrompem-se constantemente, Instalam a confusão com malentendidos, com palavras ouvidas de maneira diferente e com perdas de chaves que muito indignam e irritam o meu pai. As mulheres da minha família têm personalidades fortes, têm bom gosto e gostam de saber da vida umas das outras. São engraçadas, alegres e discretas. Sabem que ocupam um papel de destaque na família, e desempenham-no primorosamente.
domingo, março 08, 2009
Isso querias tu...
quarta-feira, março 04, 2009
Colecção
A caixa acumula pó nas prateleiras, vai transitando pela mala do carro, porque ele não gosta de a deixar pelos armários poeirentos do escritório, e gosta de a levar para casa, sempre a fazer-lhe companhia. Uma colecção assim, com tantos anos, guarda já elementos antigos, envelhecidos pelo tempo. Guarda gargalhadas, guarda imagens turvas de memórias que foram desaparecendo com o passar dos anos. Mas a perfeição do início não é a mesma de agora. Ninguém disse que coleccionar pessoas é fácil.
terça-feira, março 03, 2009
segunda-feira, março 02, 2009
Não percas tempo com parvoíces. Procura o que te faz feliz
El tiempo corre muy de prisa. Lo único que no te va a gustar de la vida es que te va a parecer demasiado corta.
domingo, março 01, 2009
Madrid me mata, me pone, y me encanta
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
sexta-feira, fevereiro 20, 2009
lenga-lenga
Tenho uma amiga. Chama-se Meg.
Tenho uma rúbrica. Chama-se Bloco de Notas. É às sextas. Todas. Ou as que nós quisermos. Aqui. (no podcast da minha amiga Meg, que tem uma paixão por rádio, tal como eu)
Carnaval três
Carnaval dois
Carnaval um
quinta-feira, fevereiro 19, 2009
Fim-de-semana
segunda-feira, fevereiro 16, 2009
|Pause|
quinta-feira, fevereiro 12, 2009
Cheiras a noz moscada
quinta-feira, fevereiro 05, 2009
Não há quem me bata como eu
quarta-feira, fevereiro 04, 2009
Corrente de ar
terça-feira, fevereiro 03, 2009
Te lo dije, Juan António! Te lo dije!
segunda-feira, fevereiro 02, 2009
No mundo à parte
domingo, fevereiro 01, 2009
gostava de nadar fundo. gostava de ir lá abaixo e ver o que lá há.
sexta-feira, janeiro 30, 2009
quinta-feira, janeiro 29, 2009
Foi sem mais nem menos
terça-feira, janeiro 27, 2009
O homem do sorriso rasgado
quarta-feira, janeiro 21, 2009
I know you feel me baby
My heart my head my mind my soul
My feelings over you
My tears my touch remember all that I am to you
My heart my mind my soul
My feelings over you
My tears my touch remember all that I am
When you're gonna pick up the phone and call me
Some times I wanna give you up
Some times I want to leave you alone
Some times I want to run away
And some times I want you to come back home
Come home to me yeah yeah baby
I know I know you'll be good for me
Come home come home
Yeah baby
I'm right here baby
Come home to me
Yes I'm right here baby
Yeah all I am to you
I know you feel me baby
Yeah yeah
Come on come on
Home to me
Fragmentos
terça-feira, janeiro 20, 2009
It's 'O' time
quarta-feira, janeiro 14, 2009
De há 24 anos para cá
terça-feira, janeiro 13, 2009
Caos no aeroporto*
Agenda em imagens
quarta-feira, janeiro 07, 2009
Ela
sábado, janeiro 03, 2009
Pequenina
sexta-feira, janeiro 02, 2009
Sobre o abraço #2
Chegaste a boca à minha e deste-me um beijo terno, de saudades. Tentaste lembrar-te há quanto tempo isso não acontecia. Pegaste na minha cara e as tuas mãos percorreram-na sem medos. Sabes-me de cor. E isso não me assusta.
Deste-me um abraço que durou horas e depois foste embora. E eu tive vontade de prolongar o beijo durante anos, e sentir o teu abraço eternamente. Para além do tempo.